Arsae-MG fiscaliza cidades atingidas pelo maior desastre ambiental do Brasil

 

Falta de água para consumo humano, cheiro forte de animais em decomposição, preocupação, desespero e muita tristeza. Estes são alguns dos problemas e sentimentos presentes entre os moradores dos municípios mineiros que captam água no Rio Doce e que foram atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, pertencente à mineradora Samarco (Vale e BHP). A tragédia, ocorrida em 05/11/15, já é considerada o maior desastre ambiental do Brasil e aprofundou a crise hídrica ao provocar o avanço dos rejeitos de mineração que atingiram a calha do Rio. O fato motivou a paralização da captação de água para a população.

Diante desse cenário, a diretoria colegiada da Arsae-MG demandou que fiscais visitassem os locais prejudicados e cujos os serviços de abastecimento de água são regulados pela Agência. Os servidores da GFO (Gerência de Fiscalização Operacional), Elbert Santos e Maurício Soares estiveram, entre os dias 11 e 13 de novembro, nos municípios localizados no Vale do Rio Doce que são abastecidos pela Copasa e que estão sofrendo os impactos do ocorrido. “Em todos as cidades percebemos que a população está muito preocupada com a impossibilidade de se utilizar a água do Rio Doce”, contaram. Eles afirmam que, apesar de tudo, a Copasa está fazendo o possível para minimizar os problemas e reestabelecer o abastecimento de água à população.

Itueta e Resplendor
A viagem teve início nas cidades de Itueta (cerca de 6 mil habitantes) e Resplendor (cerca de 17.600 habitantes), onde os rejeitos provenientes do rompimento da barragem em Mariana ainda não haviam alcançado. “Percebemos uma grande apreensão da população nas duas cidades, onde carros de som contratados pela Copasa circulavam informando sobre o desabastecimento e sobre as medidas preventivas a serem adotadas”, informaram.
Segundo a equipe da GFO, a Copasa está cumprindo o que determina a Resolução Arsae-MG Nº 68/2015, que define no Artigo 12 que “o prestador de serviços deve assegurar ampla divulgação aos usuários quanto aos períodos e datas de paralização do abastecimento de água em virtude da execução de medidas de racionamento, com antecedência mínima de 48 horas”.

Pedra Corrida
No distrito de Pedra Corrida (com 700 habitantes e pertencente ao município de Periquito), a situação dos pescadores era muito crítica pois, além do problema do desabastecimento, a incerteza quanto ao sustento das famílias gerava angústia e preocupação. No local, a prefeitura disponibilizou um poço que estava sendo utilizado em caráter emergencial, sem tratamento, pela população. Segundo o operador da Copasa, a água será tratada na ETA do distrito. Também eram utilizados caminhões-pipa para trazer água de outro distrito (Serraria) para atender a demanda da população de Pedra Corrida. Os moradores ficaram completamente desabastecidos entre os dias 08 e 12 de novembro, conforme informação do químico responsável pela ETA.

Alpercata
O município de Alpercata (com aproximadamente 7.500 habitantes) e o distrito de Era Nova possuem um sistema integrado de abastecimento de água que se encontrava inoperante desde o dia 08/11/2015. “Nesses lugares observamos uma profunda angústia por parte da população que estava desabastecida há quatro dias. Um projeto emergencial de abastecimento de água para atender à população estava começando a ser colocado em prática”, contaram os servidores da Arsae. Quatro caminhões-pipa buscavam água no distrito de Dom Cavati, distante aproximadamente 20 km. Um dos caminhões era utilizado apenas para garantir o abastecimento aos serviços essenciais e os outros traziam água que seria tratada e distribuída para a população. Seria adotado um rodízio entre a sede e o distrito, no qual a sede ficaria desabastecida 24 horas e o distrito 48 horas.

De acordo com os técnicos da Arsae que estiveram no local, o cheiro muito forte de animais em decomposição incomodava os moradores das localidades ribeirinhas que também utilizam o rio para transporte em pequenas embarcações.

Naque
A captação do sistema de abastecimento de água do município de Naque ocorre no rio Santo Antônio, próximo ao encontro com o Rio Doce e os rejeitos da mineração avançaram para a calha do Santo Antônio. A captação foi interrompida na manhã de domingo, dia 08/11/2015. Quando o volume do Rio Doce voltou ao normal, a água do Rio Santo Antônio voltou a apresentar as características de costume e a captação foi retomada, após análises de qualidade da água para consumo humano. Houve uma ação em tempo hábil por parte da Copasa e a cidade já recebe água de forma normalizada desde a semana passada.

 

Assessoria de Comunicação Social Arsae-MG

(31) 3915-8130

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